domingo, 28 de fevereiro de 2010
Show na neve
Um novo horizonte de modalidades esportivas ficou ao alcance de nossos sentidos e, inesperadamente, nos deparamos com ilustres desconhecidos. Apreciamos ídolos que nunca haviamos visto ou ouvido falar e, mesmo assim, suas vitórias não foram menos excitantes ou honradas. Nossa admimração não foi menos intensa. O caráter novo das modalidades da olimpíada de inverno simplesmente encantou, maravilhou e conquistou. Cada movimento, cada atleta, cada pedaço de neve e gelo foram mágicos, apaixonando muitos como o amor à primeira vista.
Espero que novas gratas surpresas aconteçam e que os veículos de comunicação busquem propagar e incentivar a arte, o esporte e a cultua com tanto afinco que promovem a difusão da violência e da miséria.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Eu te detesto e amo, carnaval
O fato é que eu detesto o carnaval e amo detestá-lo. Detesto-o, porém, com respeito, apesar da ironia, prima-irmã do sarcasmo. Vejo o carnaval como a manifestação epopéica da ignorância infecto-contagiosa. O carnaval é a ignorância ignorantezante. Enquanto Carlinhos Brown cantava enlouquecido ao ritmos dos tambores, o governador do distrito federal tocava o vidro da sala que ocupava no prédio da polícia federal, à reco-reco. Em pleno carnaval, José Roberto Arruda sambou, instaurando um marco no senário político do país, como primeiro governador em exercício a ser preso. Mas, é carnaval. E em meio a tanto samba, axé e frevo, o Jornal Nacional utilizou 35 segundos de seu precioso tempo à reportar este acontecimento histórico, que tantos idealistas morreriam para ter o prazer de presenciar. Bonner explicita em seu livro que o objetivo único do JN é apresentar o que de mais importante acontece no Brasil e no mundo. Logo, época de carnaval a corrupção, política e justiça são temas exclusivos da sapucaí. É, vamos ter que esperar até o próximo carnaval para podermos conhecer este episódio a fundo, se a prisão de Arruda virar tema de uma escola de samba.
É uma pena. Pena para todos, pois o povo é penalizado pela sua própria ignorância. Sofre com as altas taxas tributárias e sofre para pagar sua fantasia de carnaval. Enfim, quando tudo graças a Deus acaba, vejo muitos cidadãos na rua, a passos lentos, pesados. Perguntando-os o porquê de tanto marasmo, presencio o que nunca esperava de uma pessoa de valores tão duvidosos, ouço um trecho duma canção de Chico "tô me guardando pra quando o carnaval chegar".